terça-feira, 8 de março de 2011

Produções de alunos - Poemas sobre o Aquecimento Global

Aquecimento Global

Nos meses finais do ano letivo de 2010, a Escola José Ribamar Batista trabalhou o tema: Aquecimento Global.
Em Língua Portuguesa, tivemos debates, discussões, criações de textos argumentativos, dentre outras atividades para discutir tal temática. E já que estávamos estudando sobre a poesia, os alunos tiveram a oportunidade de produzir poemas.
Eis alguns dos textos produzidos pelos Primeiros anos:

Terra, uma mãe que está morrendo

Tu me deixaste sem ar,
Sufocaste-me.
Eu estou com sede, seca, estéril...
Alguns dos meus filhos morreram.

Tu me matas ao poucos,
Tu que foste gerado pelos homens
Que também são meus filhos,
Minhas sementes.

Meus filhos inconseqüentes
Consideram-se donos de mim,
E não são.
Criaram o aquecimento global,
Que, para alguns, é o progresso.

Eu sou a terra criada
Pelas mãos de Deus.
E o aquecimento global foi criado
Pelas mãos dos meus filhos.
Meus próprios filhos estão me matando.
Ajude-me!
{Sanayra da Costa}


Hora chuva, hora sol...
Hora sol, hora chuva...
Ao observar o clima,
O tempo mudar,
Percebe-se que há algo diferente,
O planeta não é mais o mesmo.

Terremotos, furacões,
Tsunamis, enchentes e tufões,
Gente a lamentar...
Lamentar lares perdidos,
Sonhos destruídos,
Sustento e teto desabados.

Tudo isso por ação do homem...
Homem que desmata,
Homem que queima,
Homem que abala...
Acaba com a natureza,
Acaba com a sua própria vida.

Tudo tem o seu retorno,
Seja bom ou ruim...
Mas ainda há esperança...
Não deixemos o mundo acabar
Para, então, começar a lutar...
A natureza pede socorro,
Vamos, então, ajudar!
(Luara Melo)


Uma bela obra de Deus

Deus, com suas mãos, criou
A bela natureza.
Mas o homem a esmagou
E por castigo ficou sem defesa.

Por destruir a floresta,
O homem vem sofrendo.
E, agora, o que nos resta
É assistir a humanidade perecendo.

E a fúria da natureza
Se agrava a cada dia.
Hoje, vivemos num mundo de tristezas,
tragédias, catástrofes e melancolias.

O meio ambiente
Tudo nos oferece,
Mas o homem, insatisfeito,
Destrói, explora e não agradece.

Destrói a fauna e a flora
Sem pensar nas consequências
Que pode ter.
E, hoje, triste chora
Sem mais esperanças de viver.

Mas o meio ambiente
Nos dá uma oportunidade
De viver e aproveitar
E, no fim, agradecer...
(Thaianny Nachayra)


Nossa floresta está desaparecendo

A humanidade está perdendo
O bem mais precioso que podemos ter:
A natureza e seus recursos
Que, infelizmente, vão desaparecer.

Rios, lagos, mares
E nossas florestas tão belas
Estão perdendo a vida
Por coisas tão singelas.

Os homens não percebem,
Consciência disso eles não têm.
Estão destruindo o planeta.

Chuvas, terremotos e furacões,
Pessoas morrendo...
E o mundo não se toca
Que a culpa é do homem
Que acabou com a natureza.

Infelizmente, essa é a realidade:
Geleiras derretendo,
Animais desaparecendo,
O universo não é mais o mesmo.
Acabaram com as nossas belezas.
(Deuzivânia Rodrigues)


Aquecimento Global

Andando pelas ruas,
Eu sinto o calor.
É o aquecimento global
Que já começou.

Por causa da fumaça
De carro e de caminhão,
O mundo se prejudica
Com tanta poluição.

O aquecimento global
Está aumentando
E o planeta terra
Está acabando.
(Filemom Sobreira)


Aquecimento Global

As geleiras estão descongelando,
O ar poluído está aumentando,
O mundo está cada vez pior,
O mundo está cada vez menor.

Os rios estão poluídos
E o ar está sendo atingido,
A natureza está menos preservada
E muito descuidada.

O sol está mais escaldante,
As chuvas desapareceram
E o solo ficou mais seco.

O aquecimento global
Ainda não está no final.
Faça sua parte,
Não deixe para mais tarde!
(Dayane Silva)


Aquecimento Global

Com o aquecimento global
Nós devemos nos preocupar,
Senão o mundo
Irá acabar.

Aquecimento global
São as mudanças que estão ocorrendo,
Mas as pessoas não estão vendo
O que está acontecendo.

E o que elas não estão vendo?
Um iceberg derretendo.

Por isso,
Para o mundo melhorar,
Você tem que começar
A se preocupara,
Senão, o mundo
Irá acabar.
(Matheus Conceição)



As árvores gritam
E dos olhos dos céus saem lágrimas
Porque as pessoas mexem com a natureza,
Assim, as geleiras perdem sua grandeza.

A camada de ozônio apela,
Mas o ser humano não tem pena.
O sol está nos abraçando
E a terra, aos poucos, vai se acabando.

E neste mundo paralelo e confuso
Que o homem tenta destruir,
Há maremotos, terremotos,
Resposta da natureza.
Ela chora, apela contra
A destruição e a poluição.

Vamos plantar amor
E colher conscientização
Para fazer do mundo
Um belo lugar
Para a gente feliz morar.
(Emily Almeida)


Aquecimento Global

Graças à poluição,
Graças ao desmatamento,
Veio o aquecimento.

Graças ao aquecimento,
O planeta muito mudou:
Vieram os terremotos,
Vieram as erupções,
Vieram os maremotos,
Veio a destruição.

O nosso planeta está sofrendo,
Está na hora de a gente ajudar,
Parando de poluir,
Parando de acabar.
Quem sabe tudo pode mudar,
O planeta não pode esperar.
(Ingridy da Cunha)


Aquecimento global

Quantos problemas o nosso planeta
Está sofrendo.
E, a cada dia, pessoas vêm morrendo.

Até quando nós vamos poluir?
Só poluir?

E não lembramos
Que filhos e netos
Estão por vir.

Precisamos de consciência
E não de poluição
Para que o mundo
Sofra uma transformação.
(Jéssica Velozo)



O aquecimento global é muito discutido,
Mas ele não é divertido.
As pessoas não ligam para o que pode acontecer,
Mas é o futuro do planeta que irá morrer.

Pessoas jogam lixo em todo lugar,
Sem se preocupar com os problemas que isso vai gerar.

E as calotas polares estão se derretendo,
Isso é fruto do aquecimento.

Resíduos são jogados no mar
Sem ninguém se preocupar
Se as águas vão se contaminar.

As pessoas não têm preocupação,
Mas os raios ultravioletas não brincam não.
Cuide do planeta para salvar as futuras gerações.
(Sheully Dimas de Abreu)



O Aquecimento Global

O planeta terra
É lindo e legal,
Mas tem um problema:
O aquecimento global.
O mundo vai acabar,
Se a gente não cuidar,
O aquecimento vai aumentar.

Se o planeta esquenta,
Prejudica a criação.
A natureza é tão bela
Seguindo em outra direção.

Não se sinta impotente
Como um cidadão
Que enfrenta sozinho
Uma grande ação,
Pois o seu exemplo
Pode se propagar de repente
E virar revolução.

O homem tem consciência
E pode reverter tal situação
Porque senão,
No futuro, tudo isso vai morrer!
(Joseph da Silva)



Ao aquecimento global
Não tem nada igual,
É algo anormal,
É vida para animal.

O aquecimento global
Vai destruindo as geleiras,
Tirando a beleza
Da nossa natureza.

O aquecimento global
Vai poluindo o nosso ar
E não dá nem para respirar,
Causando mal-estar.
(Bruno Silva)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Preconceito que cala, língua que discrimina

Preconceito que cala, língua que discrimina

Marcos Bagno, escritor e linguista brasileiro, deixa à mostra a ideologia de exclusão social e de dominação política pela língua

Por Joana Moncau*

Marcos Bagno, escritor e linguista brasileiro, deixa à mostra a ideologia de exclusão social e de dominação política pela língua, típica das sociedades ocidentais. “Podemos amar e cultivar nossas línguas, mas sem esquecer o preço altíssimo que muita gente pagou para que elas se implantassem como idiomas nacionais e línguas pátrias”.

O preconceito linguístico é um preconceito social. Para isso aponta a afiada análise do escritor e linguista Marcos Bagno, brasileiro de Minas Gerais. Autor de mais de 30 livros, entre obras literárias e de divulgação científica, e professor da Universidade de Brasília, atualmente é reconhecido sobretudo por sua militância contra a discriminação social por meio da linguagem. No Brasil, tornou-se referência na luta pela democratização da linguagem e suas ideias têm exercido importante influência nos cursos de Letras e Pedagogia.

A importância de atingir esse meio, segundo ele, é que o combate ao preconceito linguístico passa principalmente pelas práticas escolares: é preciso que os professores se conscientizem e não sejam eles mesmos perpetuadores do preconceito linguístico e da discriminação. Preconceito mais antigo que o cristianismo, para Bagno, a língua desde longa data é instrumentalizada pelos poderes oficiais como um mecanismo de controle social. Dialeto e língua, fala correta e incorreta: na entrevista concedida a Desinformémonos, ele desnaturaliza esses conceitos e deixa à mostra a ideologia de exclusão e de dominação política pela língua, tão impregnada nas sociedades ocidentais.

“A língua é um dialeto com exército e marinha”, Max Weinreich

O controle social é feito oficialmente quando um Estado escolhe uma língua ou uma determinada variedade linguística para se tornar a língua oficial. Evidentemente qualquer processo de seleção implica um processo de exclusão. Quando, em um país, existem várias línguas faladas, e uma delas se torna oficial, as demais línguas passam a ser objeto de repressão.

É muito antiga a tradição de distinguir a língua associada ao símbolo de poder dos dialetos. O uso do termo dialeto sempre foi carregado de preconceito racial ou cultural. Nesse emprego, dialeto é associado a uma maneira errada, feia ou má de se falar uma língua. Também é uma maneira de distinguir a língua dos povos civilizados, brancos, das formas supostamente primitivas de falar dos povos selvagens. Essa forma de classificação é tão poderosa que se erradicou no inconsciente da maioria das pessoas, inclusive as que declaram fazer um trabalho politicamente correto.

De fato, a separação entre língua e dialeto é eminentemente política e escapa aos critérios que os linguistas tentam estabelecer para delimitar dita separação. A eleição de um dialeto, ou de uma língua, para ocupar o cargo de língua oficial, renega, no mesmo gesto político, todas as outras variedades de língua de um mesmo território à terrível escuridão do não-ser. A referência do que vem de cima, do poder, das classes dominantes, cria aos falantes das variedades de língua sem prestígio social e cultural um complexo de inferioridade, uma baixo auto-estima linguística, a qual os sociolinguistas catalães chamam de “auto-ódio”.

Falar de uma língua é sempre mover-se no terreno pantanoso das crenças, superstições, ideologia e representações. A Língua é um objeto criado, normatizado, institucionalizado para garantir a unidade política de um Estado sob o mote tradicional: “um país, um povo, uma língua”. Durante muitos séculos, para conseguir a desejada unidade nacional, muitas línguas foram e são emudecidas, muitas populações foram e são massacradas, povos inteiros foram calados e exterminados. No continente americano, temos uma história tristíssima de colonização construída sobre milhares de cadáveres de indígenas que já estavam aqui quando os europeus invadiram suas terras ancestrais e dos africanos escravizados que foram trazidos para cá contra sua vontade.

Não podemos esquecer que o que chamamos de “língua espanhola”, “língua portuguesa”, ou “língua inglesa” tem um rico histórico, não é algo que nasceu naturalmente. Podemos amar e cultivar essas línguas, mas sem esquecer o preço altíssimo que muita gente pagou para que elas se implantassem como idiomas nacionais e línguas pátrias.

Breve histórico linguístico da América Latina

A história linguística da América Latina foi e é marcada por muita violência contra as populações não-brancas, em todos os sentidos, dos massacres propriamente ditos, passando pela escravização e chegando aos dias de hoje com a exclusão social e o racismo.

No caso específico das línguas, as potências coloniais (Portugal e Espanha) se empenharam sistematicamente em impor suas línguas. As situações variam de país a país. Na Argentina, por exemplo, depois da independência, o governo traçou um plano explícito de extermínio dos indígenas, a chamada “Conquista do Deserto”, pagando em dinheiro às pessoas que levassem escalpos como prova do assassinato. Com isso, a população indígena da Argentina, principalmente do centro para o sul, desapareceu quase completamente, e com ela suas línguas.

No Peru e na Bolívia, a língua quéchua, que era uma espécie de idioma internacional do império inca, é muito empregada até hoje, havendo mesmo comunidades mais isoladas cujos falantes não sabem falar espanhol.

No Brasil, o trabalho de imposição do português foi muito bem feito, de maneira que é a língua homogênea da população. O extermínio dos índios fez desaparecer centenas de línguas: hoje sobrevivem cerca de 180, mas faladas por muito pouca gente, algumas já em vias de extinção. Durante boa parte do período colonial, a língua mais usada no Brasil foi a chamada “língua geral”, baseada no tupi antigo, que os jesuítas empregaram para catequizar os índios. Com a expulsão dos jesuítas no século XVIII e a proibição do ensino em qualquer língua que não fosse o português, a língua geral desapareceu. É uma pena que não tenhamos uma riqueza linguística como no México, que possui mais de 50 línguas diferentes, sendo que o nahua é falado por cerca de 1 milhão de pessoas. Ainda assim, essas minorias linguísticas no Brasil estão cada vez mais reconhecendo seus direitos e lutando por eles.

Quanto às línguas africanas no Brasil, elas não puderam sobreviver porque os portugueses tomavam cuidado para separar as famílias em lotes diferentes bem como os falantes de uma mesma língua, de modo que fossem obrigados a aprender o português para se comunicar entre si e com os brancos. Mesmo assim, as línguas africanas, sobretudo as do grupo banto, influíram fortemente na formação do português brasileiro, fazendo com que ele se tornasse o que é hoje, uma língua bem diferente do português europeu.

No Paraguai, como não houve expulsão dos jesuítas, a língua geral empregada por eles, o abanheenga (guarani), permanece até hoje como elemento importante da vida dos paraguaios, que são bilíngues em sua maioria: espanhol e guarani.

Falar errado? Para quem?

Também existe uma ideologia linguística que não é oficializada, mas que ao longo do tempo se instaura na sociedade. Em qualquer tipo de comunidade humana sempre existe um grupo que detém o poder e que considera que seu modo de falar é o mais interessante, o mais bonito, é aquele que deve ser preservado e até imposto aos demais.

Nas sociedades ocidentais as línguas oficiais sempre foram objetos de investimento político. As línguas são codificadas pelas gramáticas, pelos dicionários, elas são objetos de pedagogias, são ensinadas. Claro que essa língua que é normatizada nunca corresponde às formas usuais da língua, sempre há uma distância muito grande entre o que as pessoas realmente falam no seu dia-a-dia, na sua vida íntima e comunitária, e a língua oficializada e padronizada.

A questão da língua é a única que une todo o espectro linguístico, ou seja, a pessoa da mais extrema esquerda e da mais extrema direita geralmente concordam, por exemplo, diante da afirmação de que os brasileiros falam português muito mal. É uma ideologia muito antiga, eu digo que é uma religião mais antiga que o cristianismo, porque surgiu entre os gramáticos gregos 300 anos antes de Cristo e se impregnou na nossa cultura ocidental de maneira muito forte.

Entretanto, ao mesmo tempo em que as classes dominantes diziam que era preciso impor o padrão para todo o mundo, elas não permitiam às classes dominadas o acesso a ele. Havia essa contradição, que na verdade não é uma contradição, mas uma estratégia político-ideológica: “Você tem que se comportar assim, mas não vou te ensinar como”. Isso, para as classes dominantes terem, além de outros instrumentos de controle social, também o controle da língua. É o que Pierre Bourdieu chama de a ‘língua legítima’: as classes dominadas reconhecem a língua legitima, mas não a conhecem. Ou seja, elas sabem que existe um modo de falar que é considerado bonito, importante, mas elas não têm acesso a ele.

O preconceito linguístico nas sociedades ocidentais é derivado principalmente das práticas escolares. A escola sempre foi muito autoritária, muitas vezes as pessoas tinham que esquecer a língua que já sabiam e aprender um modelo de língua. Qualquer manifestação fora desse modelo era considerada erro, e a pessoa era reprimida, censurada, ridicularizada.

Outro grande perpetuador da discriminação linguística são os meio de comunicação. Infelizmente, pois eles poderiam ser instrumentos maravilhosos para a democratização das relações linguísticas da sociedade. No Brasil, por serem estreitamente vinculados às classes dominantes e às oligarquias, assumiram o papel de defensores dessa língua portuguesa que supostamente estaria ameaçada. Não interessa se 190 milhões de brasileiros usam uma determinada forma linguística, eles estão todos errados e o que apregoam como certo é aquela forma que está consolidada há séculos. Isso ficou muito evidente durante todas as campanhas presidenciais de que Lula participou. Uma das principais acusações que seus adversários faziam era essa: como um operário sem curso superior, que não sabe falar, vai saber dirigir o país? Mesmo depois de eleito, não cessaram as acusações de que falava errado. A mídia se portava como a preservadora de um padrão linguístico ameaçado inclusive pelo presidente da República.

Nessas sociedades e nessas culturas muito centradas na escrita, o padrão sempre se inspira na escrita literária. Falar como os grandes escritores escreveram é o objetivo místico que as culturas letradas propõem. Como ninguém fala como os grandes escritores escrevem, a população inteira em teoria fala errado, porque esse ideal é praticamente inalcançável.

Entretanto, isso é muito contraditório, porque os ensinos tradicionais de língua dizem que temos que imitar os clássicos, mas ao mesmo tempo somos proibidos de fazer o que os grandes autores fazem, que é a licença poética. Como aprendemos nas escolas, ela é permitida àquele que em teoria sabe tão bem a língua que pode se dar ao luxo de desrespeitar as normas. A diferença entre a licença poética e o erro gramatical é, basicamente, de classe social. Uma pessoa pela sua própria origem social se dá ao direito e tem esse direito reconhecido de falar como quiser, outra, também por sua origem social não tem esse direito.

Cria-se um padrão linguístico muito irreal, muito distante da realidade vivida da língua. É a partir desse confronto entre a maneira de falar das pessoas e essa língua codificada, que surgem esses conflitos linguísticos. A pessoa, ao comparar seu modo de falar com aquilo que aprende na escola ou com o que é codificado, vê a distância que existe entre essas duas entidades e passa a achar que seu modo de falar é feio, é errado.

Qualquer tipo de imposição linguística acaba gerando um efeito contrário que é a auto-rejeição linguística ou a promoção de um preconceito linguístico por parte das camadas sociais dominantes.

Luta contra o preconceito linguístico

Acabar com o preconceito linguístico é uma coisa difícil. É preciso sempre que façamos a distinção entre preconceito e discriminação. O que nós temos que combater é a discriminação, ou seja, quando esse preconceito deixa de ser apenas uma atitude ou um modo de pensar das pessoas e se transforma em práticas sociais.

Primeiro é preciso reconhecer a existência do preconceito linguístico, conhecer os modos como ele se manifesta concretamente como atitudes e práticas sociais, denunciar isso e criar modos de combatê-lo.

Justamente pelo fato de o preconceito linguístico nas sociedades ocidentais ser derivado das práticas escolares, na minha opinião, o grande mecanismo para começar a desfazer o preconceito linguístico, a discriminação linguística, está também na pratica escolar. É muito importante que a escola, em sociedades letradas como a nossa, permita ao aluno esse processo do acesso ao letramento a partir de práticas pedagógicas democratizadoras, em que as variações linguísticas sejam reconhecidas como prática da cultura nacional, que não sejam ridicularizadas. E é claro que isso tem um funcionamento político muito importante, não só na escola, mas em toda a sociedade.

Por isso que no Brasil, eu e um conjunto de outros linguistas e educadores estamos sempre atacando muito o preconceito linguístico e propondo práticas pedagógicas democratizadoras. Que a criança, ao chegar na escola falando uma variedade regional menos próxima do padrão, não seja discriminada. Nosso trabalho atualmente se centra muito na escola, nos materiais didáticos e na formação dos professores de português, para que não sejam eles mesmos perpetuadores do preconceito linguístico e da discriminação.

Além disso, vale considerar que, em menos de meio século, a proporção mundial entre a população urbana e a rural ficou muito desigual, com a população mundial muito mais urbanizada. A urbanização implica o contato com formas linguísticas de maior prestigio, na televisão, na escola, na leitura etc. Isso vai implicar também uma espécie de nivelamento linguístico. Embora as variedades linguísticas se mantenham, quanto mais pessoas souberem ler e escrever e tiverem ascensão social, é mais provável que haja um nivelamento linguístico maior.

No caso específico do Brasil, nos últimos oito anos, quase 30 milhões de pessoas saíram da linha da pobreza e com isso vão impor também sua maneira de falar. Outro dado muito importante é que a grande maioria das pessoas que se formam professores (de português, principalmente) vem dessas camadas sociais. Portanto, o professor que está indo para sala de aula já é falante dessas variedades linguísticas que antigamente eram estigmatizadas. Isso vai provocar um grande movimento de valorização dessas variedades menos prestigiadas. Estamos assistindo a um momento muito importante da história sociolinguística do Brasil.

*Matéria do Brasil de fato

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Em memória à Professora Edneide

A AUSENTE
Há várias espécies de dores capazes de atingir os corações humanos.Qual a mais intensa?Parece-nos ser aquela que estamos sentindo no momento.Temos o costume de esquecer o passado e valorizar o sentimento presente como se nada de pior já tivesse acontecido, ou pudesse vir a acontecer.Isso é uma tendência muito natural do ser humano.Mesmo assim, existem sofrimentos que se distinguem dos outros, e assumem perante a maioria das criaturas uma condição de maior gravidade.A morte de um ser querido, por exemplo.Não há quem não se comova, sofra, sinta verdadeiramente quando um ser amado abandona o envoltório corporal e parte para outro plano da vida.Pouco importa se a desencarnação foi repentina, ou não; se foi violenta, ou serena.Não interessa se aquele que partiu já contava com avançada idade, ou se ainda era jovem.Não há como mensurar essa espécie de dor.E cada um a sente, e reage a ela, de forma diversa.Há aqueles que se entregam, blasfemam e se revoltam.Há outros que choram, mas que aceitam, envolvendo suas dores no bálsamo da prece e da fé.Há, ainda, os que buscam modos nobres e belos para render novas homenagens àqueles que já se foram.Assim parece-nos ter agido o poeta Augusto Frederico Schmidt, que toca nossos corações com os seguintes versos:“Os que se vão, vão depressa,Ontem, ainda, sorria na espreguiçadeira.Ontem dizia adeus, ainda da janela.Ontem vestia, ainda, o vestido tão leve cor-de-rosa.Os que se vão, vão depressa.Seus olhos grandes e pretos, há pouco, brilhavam.Sua voz doce e firme faz pouco ainda falava.Suas mãos morenas tinham gestos de bênçãos.No entanto hoje, na festa, ela não estava.Nem um vestígio dela, sequer.Decerto sua lembrança nem chegou, como os convidados,Alguns, quase todos, indiferentes e desconhecidos.Os que se vão, vão depressaMais depressa que os pássaros que passam no céu,Mais depressa que o próprio tempo,Mais depressa que a bondade dos homens,Mais depressa que os trens correndo, nas noites escuras,Mais depressa que a estrela fugitiva que mal faz traço no céu.Os que se vão, vão depressa.Só no coração do poeta, que é diferente dos outros corações,Só no coração sempre ferido do poetaÉ que não vão depressa os que se vão.Ontem ainda sorria na espreguiçadeira,E seu coração era grande e infeliz.Hoje, na festa ela não estava, nem sua lembrança.Vão depressa, tão depressa os que se vão ...”***Não permita que sua dor, seja ela causada pelo motivo que for, o impeça de perceber a beleza de cada momento.Não deixe que suas lágrimas, por mais sentidas e justas que sejam, turvem sua visão, impossibilitando que seus olhos vejam a vida com clareza e serenidade.Dedique aos amores que partiram pensamentos otimistas e repletos de confiança no reencontro futuro, sem desespero nem revolta.Se hoje, na sua rotina, pareceu-lhe que ninguém notou a dor que lhe invadia intensamente o peito, saiba que nada, nem mesmo nossas angústias, passam despercebidas ao pai.Confie, persista e prossiga, sempre.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Os caminhos da Matemática vão muito além dos números

Costuma-se dizer que “a intuição matemática vai além das aparências estéticas do raciocínio”. Essa frase expressa uma verdade: o homem, muitas vezes, utiliza-se da matemática e nem percebe quando faz compras e planeja o quanto pode gastar; quando toca um instrumento e tem que se concentrar na harmonia das cordas musicais; quando observa um quadro e percebe as formas utilizadas pelo autor etc. Fazer matemática não é apenas lidar com números, mas também, enxergar o mundo de uma forma diferente, percebendo que podemos relacionar todo o universo a uma ordem (caótica ou não) matemática que também está presente no próprio homem, na sua vida e no seu destino.
A matemática não deixa apenas de ser uma ciência que provém de nós mesmos, ela nos sugere que resolvamos os nossos problemas, necessidade e situações. Pois tudo que envolve números, passa pela matemática.
Afinal, a matemática não é só uma disciplina, ela também é uma forma de pensar, não depende da classe social, ela está disponível a todos. Os cálculos matemáticos são indispensáveis para termos uma boa economia, em nossa casa, escola, trabalho e em outros lugares também. O que seria dos comerciantes se não existisse a matemática para calcular lucros e prejuízos. Podemos dizer que o mau uso ou a falta de cálculos em nossas vidas pode causar grandes prejuízos em vários setores de nossa vida. Podemos afirmar que somos dependentes da matemática. É considerada complicada por muitos, mas com a atenção dos estudantes e o empenho dos professores conseguimos aprendê-la com facilidade.
Uma das formas de identificarmos dados coletados é colocá-los em forma de tabela ou organizá-los em gráficos. A utilização do gráfico em estatística é de grande importância, pois facilita a interpretação rápida do conjunto de dados que se analisa.
Gráfico é uma representação da relação entre variáveis. Muitos tipos de gráfico empregados em estatística dependem da natureza dos dados e da finalidade para o qual ele é destinado. Entre estes, estão os gráficos de segmento ou de linhas, de barras, setore e etc.

O Que é a Matemática?

A matemática é a ciência que estuda as quantidades, as formas e as relações espaciais, e as relações entre quantidades e espaços, pode ser definida como uma linguagem formada por símbolos, como algarismos, letras, equações, figuras e formas, usada para expressar determinadas capacidades do ser humano, como a de relacionar coisas, medir e avaliar grandezas e formas.
A matemática começa quando o homem inventa os números para contar. Este também é o início da aritmética, a arte de comparar e calcular grandezas. Surge vinculada a problemas essencialmente práticos: contar rebanhos, repartir bens ou áreas de terras, construir casas, registrar intervalos de tempo e prever épocas de chuvas ou de seca.
Todos os grandes impérios da antiguidade persa, hindu, chinês, egípcio, babilônio e, mais tarde, maia, asteca e inca, na América desenvolvem algum tipo de sistema numérico, de aritmética e de geometria. São regras práticas para calcular quantidades, resolver problemas geométricos, calcular o movimento dos astros e marcar o tempo.

A importância da Matemática em nossas vidas

Professor... , onde eu vou usar essa Matemática ?
Sem matemática... ninguém anda
Os meios de transportes estão, a cada dia, mais presentes em nossas vidas.Sua importância em nosso dia-a-dia trouxe a necessidade de novas tecnologias que os tornem mais seguros, eficientes e menos poluentes.
Só com a ajuda da Matemática foi possível construir o primeiro motor, o primeiro trem, o primeiro avião.
Organizar os dados sobre o fluxo de veículos nos milhares de cruzamentos das grandes cidades, determinar o melhor tempo para abrir e fechar cada sinal de trânsito, os minutos entre a chegada e a partida de cada vagão do metrô, são tarefas difíceis demais que não poderiam ser feitas sem a Matemática e os computadores.Tudo isto ajuda a reduzir bastante o tempo perdido em nossa locomoção.
E vamos em frente que o sinal abriu.

Sem matemática... ficamos no escuro
Em casa, nas escolas, no trabalho, todos precisamos de energia elétrica.E para que ela chegue até nós é feito um levantamento de toda a energia ofertada no país, dos custos para transmiti-la e distribuí-la e do nível de necessidade dos consumidores.
É a Matemática que permite realizar todos esses cálculos e selecionar as propostas de produção das várias usinas e deste modo, se obter a maior segurança no abastecimento e os menores preços para os usuários.

Sem matemática... ninguém vive
Alguém pode até argumentar que a Vida - e posteriormente o Homem - surgiu muito antes de se conceber o que era Matemática.Entretanto, com o aparecimento da Medicina e Ciências correlatas, como a Farmacologia, a Bioquímica e o Sanitarismo, isso muda de figura.O estudo do comportamento das endemias e da evolução de inúmeras doenças, como as degenerativas, é dependente da Matemática.
Ela se encontra nos novos medicamentos, nas técnicas de diagnóstico por imagem, como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética, e nos equipamentos dos modernos centros cirúrgicos, que permitem que um médico realize uma cirurgia à distância.A Matemática está presente até no cálculo do grau de seus óculos - se é que você precisa deles.
Na próxima consulta a seu oftalmologista, peça que ele troque o painel de letrinhas por números; tem mais a ver.

Sem matemática... não saímos do lugar
O Homem teve de levar os seus olhos até as profundezas do espaço para obter estas imagens.Não teria como fazê-lo sem a Matemática.Também escondidas na beleza destas fotos há várias outras tecnologias, todas elas dependentes e ligadas à Matemática como, por exemplo, processamento de imagens, comunicação de dados e correção de erros e códigos.
A Matemática contém seus mistérios, mas também ajuda a desvendar outros.

Sem matemática... ninguém come
Pode parecer estranho temperar comida com números mas, ao contrário do que se possa pensar, a Matemática está presente no dia-a-dia do Campo.Ela ajuda a melhorar o aproveitamento da terra e das sementes, otimizar a irrigação, adaptar a topografia dos terrenos e a estudar o clima.
Além disso, a agricultura moderna também depende muito de tecnologia.Em equipamentos como colheitadeiras, em silos e moinhos, em fertilizantes e remédios, e até no desenvolvimento de novas espécies, adaptadas às diferentes condições climáticas, estão presentes tecnologias que não seriam possíveis sem a Matemática.
Pense nisso na próxima vez que estiver jantando.

Sem matemática... ninguém fala
O surgimento da internet e dos novos meios de telecomunicações constitui, sem dúvida, a grande revolução tecnológica da virada do milênio e vai mudar a vida de todos nós.Através dos computadores, todo planeta até agora permanentemente ligado e trocando informações. Por trás dessa revolução, a Matemática teve, e continua tendo, um papel crucial.
Matemáticos foram fundamentais para a invenção e para o desenvolvimento do computador e do telefone celular.
A instalação das redes de comunicação e a administração do enorme fluxo de informações que elas transportam envolvem problemas matemáticos da maior relevância. Por isso, matemáticos estão ajudando a desenvolver o software que faz a internet e a telefonia celular funcionarem.
E aí, caiu a ficha ?!

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

O RIO ACRE
Sou a vida desta terra o ancião deste lugar
Já fui o único caminho para por aqui chegar
Em meu leito conto partes da história do lugar.

Sou o salário do pescador que em minhas águas vem pescar
A vida do ribeirinho que em minhas praias estão sempre a plantar

Sou a água que tu bebes sou o pão que ti alimenta fonte viva a correr.

Será que alguem algum dia já parou para pensar em tudo que represento e o que irei representar ?


Tu derrubaste as matas que eram minha sustentação,
hoje choro inundando as casas de teus irmãos
O sol me bate em cheio nos messes de verão (inverno) e me faz ficar sendo um risco d´agua no chão.

Pense um pouco neste rio que é tua vida tua alegria, más que pode vir a ser um deserto em tua vida.
Edmar Alves 1997